Apesar das organizações tentarem com frequência aumentar a sua produtividade, a realidade é que a grande parte dos programas de mudança ficam abaixo das expectativas.

Isto porque nem sempre as mudanças são vistas de forma positiva por todos os envolvidos, gerando um grande desafio para as organizações. Há 3 (três) aspectos relevantes sobre o tema: comportamentais; culturais e gerenciais.

As influências dos aspectos gerenciais estão ligadas à liderança em gerir estas mudanças, onde os profissionais de recursos humanos exercem um importante papel no processo, sendo que os demais líderes devem ter o suporte deste setor para que possam gerir de forma positiva os impactos.

Os líderes devem desenvolver um papel fundamental na comunicação aos liderados sobre este processo, somente através deste elemento é que se tem resultados eficazes e positivos.

Quanto às influências culturais, deve-se levar em conta a combinação de valores, crenças e comportamentos históricos, contribuindo para engajar uma cultura de mudança organizacional positiva.

Já as influências comportamentais envolvem os sentimentos de cada envolvido e suas percepções sobre as mudanças, podendo ser positivo ou negativo, dependendo o grau de aceitação ao processo.

Aqui vale destacar a referência de Canning & Found (2015), onde observaram que alguns autores entendem que a mente e? um dos maiores obstáculos a? mudança, afirmando que os pensamentos de um indivíduo, quando não posicionados de forma positiva, se tornam uma fonte significativa de impotência e resistência à mudança.

Portanto, como as mudanças são acompanhadas de incertezas e imprecisões, quanto maior e mais clara for a comunicação do processo, com caráter positivo, demonstrando as vantagens das mudanças para cada envolvido e para toda a organização, menor resistência será criada.

Vê-se, portanto, que o papel da liderança é muito importante no processo de mudança organizacional, objetivando neutralizar as forças do ambiente externo, alinhando as estratégias da organização, políticas e práticas com as mudanças do ambiente de negócios.

Em resumo, os fatores que contribuem para resistência à mudança organizacional são:

a) aspectos comportamentais – medo do desconhecido; insegurança e ansiedade; stress e sentimento de sofrimento; baixa autoestima e comodismo.

b) aspectos culturais – baixa interação; competição e rivalidade; desalinhamentos de crenças e valores e baixa cultura de colaboração.

c) aspectos gerenciais – falta de clareza nas comunicações; falta de alinhamentos dos objetivos; falta de oportunidade de opinar; falta de estímulo de criatividade; falta de confiança e imposição de mudança.

E como a organização pode enfrentar estas resistências e ter sucesso na mudança organizacional?

Utilizando algumas técnicas é possível quebrar as barreiras da resistência humana. Sendo a mente um dos maiores obstáculos à mudança. Os envolvidos devem ter clareza nas informações e conhecimento das potenciais alterações organizacionais.

Desta forma, os seus sentimentos em relação às mudanças serão alterados de forma positiva para o sucesso.

 

Matéria escrita por Dr. Allan Paisani.

 

Canning, J., & Found, P. A. (2015). The effect of resistance in organizational change programmes: A study of a lean transformation. International Journal of Quality and Service Sciences, 7(2/3), 274-295. https://doi.org/10.1108/IJQSS-02-2015-0018.